Aquele dia choveu.
A brisa suave, levantava o cheiro da terra,
ou da chuva, ou melhor o perfeito odor que as duas fazem
exalar quando se tocam, de súbito. É cheiro de mistério, de amor,
de sonhos, cheiro de nada, cheiro de sono, cheiro de tudo...
Traz-me também a doce lembrança do cheiro dela, que o vento,
quando batia na pequena janela, trazia o cheiro do seu perfume...
Esse mesmo vento leva a minha voz, aos seus ouvidos,
como um sussuro, ou um brado forte de "eu te amo".
Ai Deus, se esse mesmo vento que me traz o cheiro e leva a minha voz,
me levasse por inteiro, parte por parte, partícula por partícula,
na intenção e no fato, para que eu estivesse lá,
do seu lado, presente, não só no seu pensamento, mas parte também do seu espaço....
Ai Deus, se nós pudessemos contemplar, os dias como este tal, a mesma chuva, os mesmos cheiros, o mesmo sorriso, e o mesmo olhar que se cruzam e formam esse lindo quadro,
o qual hoje me pego a não parar de olhar,
e relembrar que aquele dia choveu...
Aquele dia choveu
domingo, 9 de maio de 2010
Postado por
Rodrigo Seixas
às
14:19
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