Inspiração em forma de notas e acordes

Comentários sobre a Ciência Política e Consciência Cristã

sábado, 31 de março de 2012


Comentários sobre a Ciência Política e Consciência Cristã

Por Rodrigo Seixas, bacharel em Negociações Internacionais


A ciência política vem tentando durante o tempo mostrar-se tão poderosamente prática como teórica. Esse é o quesito comum das ciências: Provar que aquilo que ela estuda é “material” no sentido da “aplicação” das teorias que o circundam, na prática. Edward H. Carr trata em seu livro Vinte anos de Crise 1919-1939, nos seus primeiros capítulos, justamente a bipolarização de duas vertentes do pensamento político no então surgimento dessa matéria como ciência. Por um lado, os utópicos e por outro lado os realistas. Os utópicos imersos em suas aspirações, sempre exercitam suas mentes em prol de um objetivo futuro. Querem a todo custo, desenvolver um pensamento profundo e denso com o intuito de conseguir lograr aquela situação pregada em suas aspirações na sociedade vindoura. Os realistas por sua vez, fixam-se na análise da realidade atual dos fatos e acontecimentos e, destarte, desenvolve seus métodos de fundamentação de modelos políticos que servirão como “remédios” para os problemas que afligem o momento político-econômico do seu tempo. O problema é que enquanto houver as enormes disparidades entre esses dois polos, que não se entendem e nem se equilibram, a ciência política não avançará, não frutificará como a ciência que resolverá os problemas de administração política da nossa sociedade.
            Edward H. Carr nos apresenta algumas alusões acerca do que ele analisava da Ciência Política em sua formação. Primeiramente como a diferenciação entre Teoria e prática, o autor compara os intelectuais e burocratas e a esquerda da direita.  Os teóricos, os esquerdistas e os intelectuais, tendem a olhar o mundo com olhares visionários do desejo ardente e revolucionário que carregam dentro de si. Todo modelo político comportou esses tipos de cientistas, tanto o capitalismo, para aqueles que utopicamente imaginavam um sistema que se autogeriria e que não necessitaria da intervenção do estado, o mercado regulamentaria o sistema econômico. Algo que se mostrou verdadeiramente, no decorrer do tempo, como um sonho falido, tendo em vista que os mercados tiveram que ser salvos em momentos de crise pelo grande Estado soberano, intervindo na economia. Do outro o Comunismo, que alimentou devaneios de uma comunidade perfeita, onde todos os indivíduos se respeitassem e fossem adeptos de um sistema igualitário, onde o poder emanaria do povo. Esqueceram apenas que mesmo o comunismo precisaria de uma liderança alto-escalão para gerir o sistema. Foram omissos também ao mascarar a verdade de uma sociedade consumista, individualista e meritocrática, que de maneira alguma aceitaria tais propostas políticas prontamente. Esse é o nosso povo.
            Vê-se sempre uma briga de oposições entre o que é certo e errado, melhor e pior, justo e injusto. Talvez não seja abstração em demasiado, imaginar a dualidade que persiste o nosso mundo e em nós, seres humanos. A dualidade entre o bem e o mal; esquerda, direita; profano, beato; do que é santo e do que é do pecado. Não querendo entrar totalmente em um ramo teológico, prefiro me abster apenas em denotar que enquanto os pensamentos se mantiverem em opostos mal fundamentados, haverá confusão de conceitos, confusão de ideias, e de ações. Da mesma maneira que o ideal da Ciência Política é encontrar uma forma com que as teorias se encaixem na prática e na realidade da sociedade, para que assim, razão e utopia, sejam unidas, equilibradas e ganhem vida e sucesso, assim também o é com nossa vida individual, privada e pública frente aos outros e à comunidade.
            A palavra é essa: equilíbrio. E aqui, equilíbrio nada tem a ver como o meio termo, a média aritmética, a metade de dois extremos, não, mas o melhor jeito de se integrar tudo o que há de melhor, oportuno e saudável em dois lados. Da mesma forma que a Ciência Política, assim progredirá, a sociedade como um todo, como seres políticos que nós somos, também se desenvolverá quando a palavra da vez for equilíbrio. Palavra tal que apenas vem da Palavra principal, o verbo primário perfeito, o exemplo de cidadão, coerente em sua política e ideias, revolucionário em seus conceitos, o novo pensamento de Deus, fazedor na prática dos seus princípios: Jesus Cristo, o que revolucionou o nosso mundo, este que pode sim, também revolucionar toda a política. Este que veio para instaurar a razão e a fé naquilo que é bom, naquilo que será por certo, caminho para a comunidade e sociedade política perfeita.