Capítulo 4
terça-feira, 12 de maio de 2009
Tudo estava muito confuso para Javier, mas ao mesmo tempo bem interessante.- " Um bom mistério faz o sangue correr mais rápido nas veias."- Era o que costumava dizer o detetive quando se deparava com casos de assassinatos,roubos ou sequestros dos mais extraordinários. Javier era respeitado no mundo policial, não só por solucionar os mais complexos casos, mas também pela maneira extraordinária que os fazia. Seus olhos, quando se encontravam opacos, era um sinal de que o detetive estava imerso em seus pensamentos. Olhos negros, médios, que davam ainda mais um toque misterioso naquele homem. O que ele conseguia desvendar, acrescentava em si e o levava em seu olhar. O Sr. Carlos Navarro o acompanhava no caminho de volta por aquele corredor. Javier, como que parecendo acordar de um transe, perguntou-lhe rapidamente.
- Temos mais alguma pista?
- Creio que esse caso precise de você mais do que os outros Javier.- O assassino não deixou vestígios, nem pistas que comprometessem algo. Não ainda.
- Isso é o que veremos. Ele não é mais esperto do que nós. Você verá.
- Lembre-se que nós temos todas as possíveis suspeitas e os próximos da senhorita Isa. A qualquer momento pode interrogá-los.
- Está mesmo na hora. Mas antes quero andar um pouco pela casa. Quero conhecer e estudar algumas coisas.
- Quer dizer que já se passa alguma idéia ou conclusão por essa mente brilhante? - Perguntou o chefe de polícia, não evitando o sorriso.
-Nada de conclusivo. Apenas algumas sugestões próximas a lógica.
- Entendo. Javier, eu vou cuidar de algumas coisas, sem mim isso vira uma bagunça. Receio ter que deixá-lo. Creio que vai aproveitar muito bem a minha ausência.
- É verdade. Tenho que averiguar algumas coisas a sós. Até mais Carlos. Quando nos encontrarmos novamente, creio que já terei alguma idéia inicial.
- Sei que sim. Até mais.
O chefe de polícia deixou a sala e partiu. Javier tinha rumo certo. Voltou ao corredor, foi no quarto do crime novamente. Pediu licença para os policiais e começou a analisar o quarto sem prejudicar ou comprometer as evidências. Tudo estava no lugar. Parecia não ter havido luta, ou o assassino foi bem cuidadoso. Passava os olhos por todos os lugares. Carrega sempre consigo uma maletinha onde guardava todos seus objetos que necessitava na busca de pistas em geral. Pegou sua lupa e foi até a janela. Procurou se não havia digitais. Os policiais ainda não haviam averiguado a janela. Mas o que chamou a atenção de Javier foi muito mais esclarecedor. No canto do vidro da janela havia uma pequena rachadura. Javier olhou para frente e através da janela se abria uma visão bonita de Madrid. Olhando para baixo, havia duas árvores próximas uma da outra e era possível ver alguns policiais que estavam no portão da entrada principal. Ali era a entrada principal. A rachadura, estava claro, que foi causada pelo arremesso de uma pedra ou algum outro objeto,mas não foi para quebrá-la, o acesso por ali era quase que impossível, pois as árvores eram curtas. Javier falava consigo que aquilo tinha sido uma maneira de chamar atenção de que havia chegado. Isa esperava alguém, naquele quarto. Javier parecia ter já um caminho para seguir. Saiu da sala, passou pelo corredor, pela ante-sala e desceu para o térreo. Avistou o Inspetor Henry Faire e andou em sua direção.
- Inspetor, peço a permissão para interrogatório. Inicialmente dos cinco empregados da casa.
- Essa permissão é do Chefe de Polícia, detetive.
- Ele não se encontra. Eu fui chamado para cuidar do caso, mas o inspetor da polícia é você.
- Eu sei. Então tem a minha permissão. Entrarei em contato com os dois empregados e pedirei para que se dirijam à sala da casa, no primeiro andar.
- Tudo bem inspetor. Eu agradeço.
- Por nada detetive. Por nada.
Saiu notoriamente feliz pelo crédito que Javier havia o dado. Javier subiu novamente as escadas e foi para a sala principal esperar os empregados para perguntar algumas coisas. Ele tinha certeza de algo.
Postado por
Rodrigo Seixas
às
18:40
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