Comentários sobre a Ciência Política e Consciência Cristã
Por Rodrigo Seixas, bacharel em Negociações
Internacionais
A
ciência política vem tentando durante o tempo mostrar-se tão poderosamente
prática como teórica. Esse é o quesito comum das ciências: Provar que aquilo
que ela estuda é “material” no sentido da “aplicação” das teorias que o
circundam, na prática. Edward H. Carr trata em seu livro Vinte anos de Crise 1919-1939, nos seus primeiros capítulos,
justamente a bipolarização de duas vertentes do pensamento político no então
surgimento dessa matéria como ciência. Por um lado, os utópicos e por outro
lado os realistas. Os utópicos imersos em suas aspirações, sempre exercitam
suas mentes em prol de um objetivo futuro. Querem a todo custo, desenvolver um
pensamento profundo e denso com o intuito de conseguir lograr aquela situação
pregada em suas aspirações na sociedade vindoura. Os realistas por sua vez, fixam-se
na análise da realidade atual dos fatos e acontecimentos e, destarte, desenvolve
seus métodos de fundamentação de modelos políticos que servirão como “remédios”
para os problemas que afligem o momento político-econômico do seu tempo. O
problema é que enquanto houver as enormes disparidades entre esses dois polos,
que não se entendem e nem se equilibram, a ciência política não avançará, não
frutificará como a ciência que resolverá os problemas de administração política
da nossa sociedade.
Edward H. Carr nos apresenta algumas
alusões acerca do que ele analisava da Ciência Política em sua formação. Primeiramente
como a diferenciação entre Teoria e prática, o autor compara os intelectuais e
burocratas e a esquerda da direita. Os
teóricos, os esquerdistas e os intelectuais, tendem a olhar o mundo com olhares
visionários do desejo ardente e revolucionário que carregam dentro de si. Todo
modelo político comportou esses tipos de cientistas, tanto o capitalismo, para
aqueles que utopicamente imaginavam um sistema que se autogeriria e que não
necessitaria da intervenção do estado, o mercado regulamentaria o sistema
econômico. Algo que se mostrou verdadeiramente, no decorrer do tempo, como um
sonho falido, tendo em vista que os mercados tiveram que ser salvos em momentos
de crise pelo grande Estado soberano, intervindo na economia. Do outro o
Comunismo, que alimentou devaneios de uma comunidade perfeita, onde todos os
indivíduos se respeitassem e fossem adeptos de um sistema igualitário, onde o
poder emanaria do povo. Esqueceram apenas que mesmo o comunismo precisaria de
uma liderança alto-escalão para gerir o sistema. Foram omissos também ao
mascarar a verdade de uma sociedade consumista, individualista e meritocrática,
que de maneira alguma aceitaria tais propostas políticas prontamente. Esse é o
nosso povo.
Vê-se sempre uma briga de oposições
entre o que é certo e errado, melhor e pior, justo e injusto. Talvez não seja
abstração em demasiado, imaginar a dualidade que persiste o nosso mundo e em
nós, seres humanos. A dualidade entre o bem e o mal; esquerda, direita;
profano, beato; do que é santo e do que é do pecado. Não querendo entrar
totalmente em um ramo teológico, prefiro me abster apenas em denotar que
enquanto os pensamentos se mantiverem em opostos mal fundamentados, haverá
confusão de conceitos, confusão de ideias, e de ações. Da mesma maneira que o
ideal da Ciência Política é encontrar uma forma com que as teorias se encaixem
na prática e na realidade da sociedade, para que assim, razão e utopia, sejam
unidas, equilibradas e ganhem vida e sucesso, assim também o é com nossa vida
individual, privada e pública frente aos outros e à comunidade.
A palavra é essa: equilíbrio. E
aqui, equilíbrio nada tem a ver como o meio termo, a média aritmética, a metade
de dois extremos, não, mas o melhor jeito de se integrar tudo o que há de
melhor, oportuno e saudável em dois lados. Da mesma forma que a Ciência
Política, assim progredirá, a sociedade como um todo, como seres políticos que
nós somos, também se desenvolverá quando a palavra da vez for equilíbrio. Palavra tal que apenas vem
da Palavra principal, o verbo primário perfeito, o exemplo de cidadão, coerente
em sua política e ideias, revolucionário em seus conceitos, o novo pensamento
de Deus, fazedor na prática dos seus princípios: Jesus Cristo, o que
revolucionou o nosso mundo, este que pode sim, também revolucionar toda a
política. Este que veio para instaurar a razão e a fé naquilo que é bom,
naquilo que será por certo, caminho para a comunidade e sociedade política
perfeita.
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