Marcas que ferem, que tecem na pele lembranças nem sempre sutís. Como tatuagem , rasgando minha carne, fez-se imagem, ganhou-se forma, por todo o corpo, por todo canto, e eu desnudo, imóvel e mudo, olhava os traços, curvos tortos, como um passado vasto e inexplicável, que nem a arte conseguia expor. Unindo o abstrato ao palpável, senti que as marcas pegavam fogo, incendiavam como se falassem, e contassem toda a história que viveram. Aliado do tempo, inapagável porém, meus estigmas servem de alerta e não me deixam esquecer dum passado difícil, e que nem a arte conseguiu embelezar. Triste tatuagem….
2 externalização(ões):
Nem a arte conseguiu embelezar? Discordo. Que lindo esse texto. Triste, mas não deixa de ser lindo.
Beijos
Quem diria que poderias escrever algo tão melancólico. Mas só nós sabemos pelos desertos que passamos e as marcas que ficam mesmo com o passar do empo. Ótimo texto...
Abraço
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