Não era uma noite qualquer
Naquele silêncio profundo,
apesar da presença fluente da gente,
Arrisquei um passo mais fundo, chamei-o para tomar minha mente,
e enfim, éramos sós!
Éramos eu e ele, correndo pelos jardins floridos da minh'alma,
Cantando canções diversas, cantando canções de paz,
E ele, tocando aquele singelo instrumento,
Enchia o meu coração de calma
Aquele som penetrava o meu corpo,
Virava-me ao avesso, vibrava dentro de mim!
Ai, como gostoso foi aquele momento!
Até que a realidade fez-se de novo vivente, e lembrei-me da dor:
Era forte e aguda, era dor lascerante,
E o meu ser vacilante clamava ajuda,
Foi então que eu percebi, que ele sorria para mim,
Manchado com marcas de sangue, perfurado em suas extremidades,
Porém, mais vivo do que nunca, dizia-me em alta voz:
"Eu venci! Nós vencemos!", "Não temas!"
E então, não mais em prantos confiei em tais palavras,
Entreguei-me por completo, entreguei-me sem medo,
E sem mácula alguma, pus-me a dançar e a cantar com o eterno,
Não era uma noite qualquer,
Olhava o seu corpo em minha frente, e o ingeri, fez parte de mim.
Dilacerado, redimido, transformado!
E enquanto olhava para o seu sangue vi o brilho do reflexo radiante,
Olhei então penetrante, mas não mais me vi,
Era agora Ele, olhando em meus olhos!
O pão que virara corpo, o vinho que virara sangue, a morte que virara vida!
Não era uma noite qualquer!
Eu ceiei com Ele, sem peso, sem medo.
E ao olhar para o céu, fitando o cruzeiro do sul, entendi:
Não foi em vão a cruz!
Hoje eu sinto as marcas no meu coração,
Marcas que traduzem vida,
Marcas que resplandecem a luz.
Ceia dominical
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Postado por
Rodrigo Seixas
às
11:51
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massa!
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