" La Resistance"- Introdução
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Eram vários vestidos de preto. Eram outros em vestimenta branca. Uma sala sombria, um ar pesado, e eu sufocado. Não apenas pela mordaça que me puseram desde que eu chegara naquele local, mas pelo medo de não fazer ideia do que fariam comigo. Eu tentei ser diferente de todos aqueles que por ali já passaram. Não concordava. Não entendia. Mas eu queria ficar pela simples ânsia de acreditar de que algo poderia ser bom naquilo tudo. Era sede de justiça. Não a justiça que se resume às leis mal elaboradas ou cortes e tribunais de julgamento falho e na maioria das vezes totalmente injusto. Procurava a Justiça Verdadeira. Não era essa justiça que fervia no sangue daquele povo. Era o poder! O poder de ser algo além do que mereciam, do que podiam, do que eram! O poder que penetra o mais obscuro canto da sociedade, o poder que desvirtua a mais santa das criaturas, o poder que o homem por muito tempo buscou, o poder pelo qual o primeiro homem pecou, o poder que se esvai das nossas mãos, e quanto mais se esvai, mais se tem, mais se quer. O poder que mata, que fere. E eu, ali , parado, agachado, esperando apenas sinais do que se passaria naquele recinto. Olhava atônito para tudo, não perdia nenhum movimento de todos aqueles passos aleatórios pela sala, aqueles murmúrios que eu não conseguia compreender. Havia sido um deles, havia me infiltrado naquilo tudo, havia realmente ousado descobrir algo que me traria grandes repercussões. O meu olhar percorria a todos que passavam e por debaixo do braço de um deles, que levantava as mãos em sinal de silêncio, eu pude ver o símbolo que tanto me doera marcar: A espada sobre a balança e as iniciais L.R logo abaixo daquela imagem. Eu também possuía uma igual. Foi por aquele mesmo homem, daquele mesmo sinal, que eu vira pela última vez os tons da vida. Mais do que memórias póstumas, esse é um conto revelador de muitas verdades. Chamo-me Leonardo Rizon, nome de guerra e de justiça.
Postado por
Rodrigo Seixas
às
16:36
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